Ultimamente, tenho tido sorte com as comédias românticas. Depois do ótimo "O Noivo da Minha Melhor Amiga", mais um filme do meu gênero predileto me deixou bem satisfeita. "Amor e Outras Drogas" tem um bom roteiro e funciona bem. Porém, o que mais me agradou foi a atuação da linda Anne Hathaway. Depois de ver "O Casamento de Rachel" já tinha começado a olhar Anne com outros olhos. Mas, "Amor e Outras Drogas" confirmou a ideia de que Anne não é apenas um rostinho bonito. Ela é ótima fazendo comédia, mas é melhor ainda quando precisa ser dramática.
O responsável pelo filme é Edward Zwick. E para quem conhece a sua filmografia, o gênero comédia romântica não pareceria ser o seu forte. Seus últimos sucessos foram "Diamante de Sangue", "O Último Samurai" e o mais antigo "Nova York Sitiada". Mas, Zwick acertou. Conseguiu unir um bom elenco a uma verdadeira história de amor. Com alguns clichês, é claro, mas com muito aspectos positivos do que negativos.
O filme foi adaptado do livro “Hard Sell: The Evolution of a Viagra Salesman“, escrito por Jamie Reidy. A história, que chegou aos cinemas brasileiro no início de 2011, se passa na década de 90. Depois de largar a faculdade de medicina, Jamie Randall (Jake Gyllenhaal ) se tornou um charmoso vendedor. Primeiro de eletrônicos e, depois de uma demissão inesperada, da indústria farmacêutica. Dono de uma boa lábia, ele entra em um mundo sem ética e cheio de promiscuidade, mas cheio de atrativos financeiros. Para conseguir convencer os médicos a comprarem os remédios da Pfizer, empresa para a qual trabalha, ele usará todos os seus artifícios. Principalmente seu jeito "Don Juan", que o ajudará a se dar bem, pelo menos, com as recepcionistas das clínicas que ele visita.
Em uma de suas idas a um desses médicos, ele conhece Maggie Murdock (Anne Hathaway). Uma linda mulher que, com apenas 26 anos, sofre do mal de Parkinson. No início, a relação dos dois é somente sexual. Algo que agrada aos dois, já que Jamie e um galinha e Maggie foge de relacionamentos por causa de sua doença. Depois de alguns encontros, porém, o que era esperado acontece: os dois se descobrem apaixonados, mas fazem de tudo para evitar se envolver.
Chama bastante a atenção como o filme explora a nudez. Anne e Jake aparecem bem à vontade em quase todas as cenas de sexo - e olha que não são poucas. Não há nenhuma nu frontal ou exagerado. As cenas são inseridas naturalmente na trama, para evidenciar o grau de intimidade entre os personagens.
Enquanto os dois se envolvem - e fazem sexo - surge o Viagra. O novo remédio da Pfizer faz com que Jamie ganhe muito dinheiro e se torne um vendedor super querido entre os médicos. Neste momento, porém, o filme já deixou de ter a indústria de remédios e suas publicidade massiva como foco principal. O romance de Maggie e Jamie se torna o mais importante. E a partir daí, a comédia romântica ganha um tom mais sério e até meio dramático por causa da doença de Maggie.
As sequências dramáticas são boas. Muito, e especialmente, por culpa da ótima intepretação de Anne Hathaway, leve e bem confortável no papel. Se a disputa pelo Oscar em 2011 não tivesse sido tão acirrada, acho que Anne poderia ter pelo menos ganhado uma indicação. Além disso, a química entra ela e Jake Gyllenhaal é bem visível. A dupla já havia trabalhado junta em "O Segredo de Brokeback Mountain", curiosamente, também como um casal. Talvez seja essa experiência que tenha ajudado as cenas com os dois a serem tão convincentes em "Amor e outra Drogas".
É preciso destacar também como os assuntos do filme são tratados de maneira realista. Não apenas o sexo, mas também os momentos bons e ruins do casal. O filme mostra aspectos rotineiros da vida a dois, como a falha na "hora H" ou a vontade de ir ao banheiro segundos antes de o ato começar.
Há também lindas cenas em preto e branco no filme. E é nelas que a beleza de Jake Gyllenhaal chama mais a atenção. O carisma do ator completa a sua boa atuação. Jake consegue enganar bem,como um galã sedutor. Talvez muitas mulheres discordem de mim, mas não considero Jake seja um homem charmoso. É bonito, claro. Mas não do tipo de tirar o fôlego. Jamie Randall, seu personagem neste filme, no entanto, é de fechar o comércio.
O ponto negativo fica para Josh Gad ("Quebrando a Banca"), que interpreta o irmão mais novo de Jamie. A maioria das sequências com ele são exageradas. Com humor de menos e apelação demais. Por exemplo, na cena em que Jamie chega em casa e pega o irmão se satisfazendo solitariamente com um filme de sexo. Detalhe: es estrelas da fita são Jamie e Maggie.
"Amor e Outras Drogas" é uma linda história de amor, daquelas que vale a pena assistir. Um filme que te dá vontade de viver algo parecido, claro, sem a parte da doença, quando termina. Anne e Jake são a cereja de um bolo muito bem feito. Um roteiro bem amarrado, que conseguiu não deixar uma trama sobre remédios e polêmicas ofuscar a história do surgimento de um amor verdadeiro. Afinal, o filme é uma comédia romântica, não é?
20 de março de 2012
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